25/10/2010

DIA INTERNACIONAL DA ANIMAÇÃO

Pelo segundo ano consecutivo Batatais participa de mostra cinematográfica de animação internacional.

Dia 28 de Outubro é o Dia Internacional da Animação! Foi nesta data em 1892 que Émile Reynaud realizou a primeira projeção do seu teatro óptico no Museu Grevin, em Paris (três anos antes do cinematógrafo ser apresentado pelos irmãos Lumiere). Essa projeção foi à primeira exibição pública de desenhos animados no mundo.

O Dia Internacional da Animação é organizado nacionalmente pela Associação Brasileira de Cinema de Animação - ABCA, contando com a parceria da Associação Internacional do Filme de Animação - ASIFA. Em 2010, na sétima edição da mostra nacional e nona mundial, o Dia Internacional da Animação será realizado em mais de 400 cidades brasileiras, em todos os estados e simultaneamente em 30 países. É o maior evento simultâneo do gênero realizado no país, contando com um grande apoio e participação do público, imprensa e profissionais da área. Além das exibições da mostra oficial, acontecerão várias atividades nas cidades participantes nos dias próximos ao evento, como mostras infantis, internacionais, mostra para deficientes auditivos, mostra para deficientes visuais e também oficinas, debates, palestras e exposições. O evento tem entrada franca e é sem fins lucrativos.

É uma oportunidade única para conferir curtas de animação que dificilmente serão exibidos em emissoras de TV e cinemas.

Em Batatais o evento ocorre no Teatro Municipal Fausto Bellini Degani contando com um diferencial do evento nacional: a apresentação de uma peça teatral do Grupo Plenitude. O Dia da Animação irá coincidir com o tradicional projeto Cultura de Quinta, e dessa forma os eventos somaram forças e além da exibição das animações será encenada a peça “Animus”.

“Animus” quer dizer “dar vida”. Daí deriva a origem da palavra animação, onde desenhos, bonecos, massinha, ganham movimento, expressões, sentimentos, enfim vida. A peça é composta por dois esquetes encenados entre a mostra nacional e internacional. O estudo do movimento é a base do espetáculo e casa perfeitamente com a coletânea de animações selecionadas para a mostra. Nela veremos os corpos dos atores dando vida as ações, cenários e todo o conjunto do espetáculo. Na segunda parte confrontaremos os dramas e vicissitudes de um famoso personagem de desenhos animados que entre lamurias e reclamações diverte a todos mostrando que a vida dos desenhos não é tão animada assim.

Os curtas internacionais contam com produções de Portugal, EUA, Egito, Indonésia, Africa do Sul, e até o cômico “Ooga Booga Samba Mamba” de Vaibhav Kumaresh realizado em 2007 na Índia.

A mostra nacional de animações está impecável com destaque para o curta “Como comer um elefante” de Jansen Raveira, além dos vencedores do Animamundi “O Divino, De Repente” de Fábio Yamaji e “Eu queria ser um monstro” dirigido por Marão.

Como no ano passado a mostra se estende até o final de semana com a realização no sábado da 2° Estação Animada a partir das 17 horas no sábado (dia 30), realizada pela Associação Estação Cultural. O evento voltado para crianças de todas as idades contará com a exibição de curtas de animação da mostra infantil, além de oficinas de animação stop-motion, zootrópio, exposições, entre outras atrações.

11/10/2010

O Fórum Cultural e suas perspectivas.

QUAL A MINHA CULTURA?
Cultura. Sabemos de fato que imbróglio é esse? Vivemos em uma sociedade que há tempos vem cultuando e desenvolvendo a chamada cultura de massa. Somos guiados, programados e dirigido por meios de comunicação que nos dizem como agir, o que comer, vestir, etc. Adoramos determinado cantor, assistimos filmes, escolhemos produtos para compra graças aos filtros da mídia. Mas a mídia por si só não agrega todas as expressões culturais existentes. Ela aglomera desejos amplos e os conduz, misturando essa gama de produtos e transformando em um padrão único, com sabor artificial e que envolve um número gigantesco de pessoas: a massa. Daí a expressão cultura de massa.
Não é uma manifestação nova, pois remonta as batalhas dos gladiadores no coliseu romano, na chamada política do pão e circo. Na época a idéia era alimentar e entreter a população para manter a mesma sobre controle. Os meios de comunicação só potencializaram essa política.   
Mas a cultura vai muito além disso. Ela trabalha expressões individuais ou de grupos, questões focadas, que muitas vezes estão longe dos grandes holofotes da mídia, mas quando apresentadas atingem a todos, gerando transformações sólidas. A cultura também mantém nossa memória e com isso perpetua nosso conhecimento para conduzir nossas ações presentes e futuras.
No ultimo final de semana Batatais viveu um momento especial com a realização de seu primeiro Fórum Cultural. Um espaço de compartilhar e debater cultura no município. Não foi um evento de público vasto, pois como toda ação cultural o público só se amplia com o habito e o investimento. Mas foi um passo adiante na construção da busca de um caminho cultural para nossa cidade.
Diferente de outras ações de políticas públicas, cultura não se faz somente administrativamente. É necessário plantar a semente e investir arduamente no processo. É uma ação de soma de políticas publicas, multiplicando a vocação da população e a união e abertura humilde para a experiência da troca na classe artística.   
Durante o Fórum Cultural foi sistematizado um documento com base nas discussões que pode ser encontrado no blog na aba manifesto cultural. É apenas um manifesto, mas que carrega em sua essência expectativas e sugestões para potencializar a vivencia cultural no município. Não é apenas uma cobrança de compromissos do poder publico, mas de ações da própria classe artística e do publico em geral que são partes inseparáveis desse processo.
Mas além da relevante discussão cultural o Fórum permitiu fantásticos momentos de troca. A noite do dia 24 contou com apresentações de dança da academia Styllo Livre, mostrando duas gerações pensando na arte com a expressão corporal. As performances de Joice Bento mostraram a contemplação e o drama que pode haver no silencio dentro de uma apresentação. A Cia Nós lá em casa apresentou o casamento entre sonoridade e movimento, demonstrando a experimentação e o experimentar aos participantes. Encerrando a noite o núcleo teatral Evoé colocou em cena no espetáculo Teatrando as questões prementes das artes no município. 
No sábado a noite (25) após os debates culturais no período da tarde foi aberta a exposição das obras de Bassano Vaccarini, que permanece na Estação Cultura por mais alguns dias disponível a visitação e as ações educativas. A abertura da exposição contou com especial emoção com a participação do Sr. Nacime Mansur, homenageado com o título de membro benemérito da Associação Estação Cultural, contando um de seus memoráveis causos. A noite seguiu plena de talento com a apresentação musical do grupo Mamulengo e com a peça teatral O Auto da Barca do Inferno, espetáculo de rua do grupo Athos.
O domingo (26) fechou o evento com a apresentação matinal do Café Concerto com participação da Banda Musical Municipal. Na parte da tarde o ritmo da apresentação deu lugar ao grupo Cangoma de Franca que faz uma releitura de ritmos tradicionais do país, como cirandas, maracatu, congada, etc. O grupo dividiu espaço com o projeto Bailação, que mostrou todo o ritmo de seus participantes, seja na street dance ou nas apresentações dos casais de mestre sala e porta bandeira. No lado externo da Estação Cultura o artista plástico Rodrigo Dalpicolo (R Chov) deu mais colorido a um dos muros do prédio com a realização de um grafite. Para encerrar o evento, roda de capoeira e um delicioso café com a filosofia Slow Food.
Troca, vivência, debate, sugestões, pensar o futuro cultural da cidade. É apenas o início. E que venha o segundo fórum.